O que é a privacidade de dados? Criar um plano de preparação para o futuro a fim de expandir os negócios globais
Por que a proteção de dados está se tornando um diferencial de mercado e um requisito importante para as empresas permanecerem competitivas na economia digital
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O que é a privacidade de dados? Criar um plano de preparação para o futuro a fim de expandir os negócios globais
Dados pessoais têm um valor inestimável para as organizações. Eles são usados para personalizar experiências, criar campanhas de marketing e conteúdo direcionados e aprimorar o atendimento ao cliente. Com o aumento das transações on-line, os consumidores cada vez mais se perguntam: "O que acontece com meus dados?"
Essa pergunta levou a uma nova dinâmica de poder na forma como as marcas tratam os dados. A conquista da confiança do consumidor caminha junto com a garantia de privacidade, sobretudo para empresas que buscam se expandir internacionalmente, o que torna o assunto de privacidade e proteção de dados um problema crítico para empresas em crescimento.
O que é privacidade e proteção de dados?
A privacidade e a proteção de dados se referem ao gerenciamento adequado de dados confidenciais, como informações pessoalmente identificáveis (PII). Esse tipo de dados exige o mais alto nível de segurança na forma como são coletados, armazenados, compartilhados e analisados.
No mundo "real", é relativamente fácil saber se alguém invadiu sua privacidade. Já na esfera digital, é muito mais difícil saber quando alguém está acessando informações sem autorização, o que significa que é mais difícil fazer o monitoramento e a proteção.
O cenário dinâmico de privacidade e proteção de dados
No passado, as empresas podiam fazer o que quisessem com os dados do consumidor. Eram consideradas proprietárias legítimas das informações coletadas. Os dados são o recurso mais valioso que as empresas da economia digital têm, mas as mudanças nas preferências do consumidor agora estão levando as empresas a mudar a forma de coleta e uso de dados.
A maioria dos consumidores espera uma interação personalizada com a empresa, mas apenas se isso vier acompanhado de transparência e controle. Para conquistar a confiança dos clientes, as empresas precisam ser honestas sobre como pretendem usar os dados pessoais, além de fornecer ao consumidor controle suficiente sobre seus próprios dados.
Um futuro sem cookies
Com a tecnologia de rastreamento, como cookies de terceiros, as empresas conseguem coletar e gerar grandes quantidades de dados de forma rápida e fácil. Depois, esses dados são usados para criar experiências agradáveis para o cliente, gerar conversas e aumentar o valor da vida útil. Isso é bom para ambas as partes, né?
Na verdade, os clientes ficaram mais cautelosos com relação a tecnologias de coleta de dados que não são transparentes ou que não podem ser controladas por eles. O Relatório de engajamento do cliente em 2022 da Twilio revelou que 71% dos consumidores desejam que as marcas proporcionem mais privacidade de dados, o que significa que esses saborosos cookies estão prestes a ser cortados das dietas de marketing em todo o mundo.
Os cookies e outras tecnologias de rastreamento estão em risco há anos devido à sua natureza invasiva de privacidade. Eles possibilitaram uma forma oculta e abrangente de rastreamento que os consumidores simplesmente não conseguiam entender completamente. Agora, uma combinação de maior regulamentação, ações legais e retirada pelas Big Techs levou os cookies de rastreamento à extinção. Por exemplo, o Firefox e o Safari já mudaram para navegação sem cookies, e o Google anunciou que seu plano de desativação entrará em vigor no fim de 2024.
Como as empresas vão fornecer experiências personalizadas sem os dados? Os profissionais de marketing estão inovando nas maneiras de incentivar os consumidores a fornecer informações pessoais diretamente às marcas. Usando pesquisas, formulários de geração de leads e análises de rastreamento de sites (sem envolver terceiros), as empresas ainda podem coletar muitos dados valiosos sobre preferências e comportamento do consumidor. No entanto, em troca dos first-party data, as empresas devem ser capazes de oferecer aos clientes a transparência e o controle que não estavam disponíveis com a coleta de dados de terceiros.
Leis e regulamentos emergentes: a privacidade de dados agora é um direito humano
Nas mãos erradas, os dados pessoais podem causar problemas graves para pessoas, organizações e comunidades. Como cada vez mais pessoas consideram a privacidade de dados como um direito humano fundamental, legisladores em todo o mundo aprovaram novas leis garantindo a proteção dos dados dos clientes.
As leis sobre crime cibernético, transações eletrônicas e outras leis de proteção do consumidor variam de acordo com a região e o setor. Instituições de saúde e organizações que mantêm dados financeiros são os processadores mais óbvios de informações confidenciais. Naturalmente, as leis que regulam as atividades dessas entidades são mais rigorosas do que a legislação aplicável a uma loja de sapatos on-line ou a uma assinatura de streaming, por exemplo.
No entanto, qualquer organização que lida com dados pessoais precisa se manter a par das leis novas e antigas. Como os consumidores estão cada vez mais informados sobre como o uso de dados os afeta, as organizações que ignorarem mudanças podem acabar arriscando mais do que conseguiriam bancar.
Nos últimos cinco anos, houve um aumento exponencial das leis de privacidade e das ações de aplicação regulatória global. Veja algumas das leis mais conhecidas relacionadas à privacidade de dados:
- A Regulamentação geral sobre a proteção de dados (RGPD) da União Europeia.
- A Lei de privacidade do consumidor da Califórnia (CCPA).
- A Lei de portabilidade e responsabilidade de provedores de saúde (HIPAA).
Somente em 2022, pelo menos 35 estados dos EUA debateram ou promulgaram cerca de 200 leis de privacidade do consumidor. Colorado, Connecticut, Virgínia e Utah também têm leis de privacidade e proteção que entraram em vigor em 2023.
Além disso, organizações da sociedade civil, como o Centro Europeu de Direitos Digitais (NOYB) , estão trabalhando para fortalecer os direitos das pessoas à privacidade de dados. Eles procuram brechas na legislação para manter tanto os reguladores quanto as empresas informadas das mais recentes ameaças à proteção de dados e dos métodos para proteger os direitos dos consumidores. As empresas de tecnologia estão em uma situação complicada, mas fascinante: encontram-se na intersecção entre consumidores, governo e as forças do mercado que estão promovendo mudanças velozes e furiosas nos fluxos globais de dados. Isso leva as empresas a adotar um modelo de negócios direto com o consumidor, construindo relacionamentos diretos, pessoais e memoráveis com os clientes.
O preço de ignorar a privacidade e a proteção dos dados
As equipes de privacidade de empresas de alcance global muitas vezes penam para acompanhar o ritmo das novas leis, mas esse desafio não é nada comparado aos efeitos devastadores de não cumprir essas leis:
- Danos irreparáveis à reputação da empresa.
- Perda de confiança e da fidelidade dos clientes.
- Multas pesadas aplicadas pelas autoridades de proteção de dados.
A RGPD da União Europeia, considerado o padrão mundial em privacidade e proteção de dados , não pega leve quando o assunto é multa. Violações graves podem chegar a 20 milhões de euros ou 4% da receita anual da empresa, o que for maior. Infrações menos graves podem chegar a 10 milhões ou 2% da receita anual da empresa. Até o momento, uma das maiores sanções por descumprimento ultrapassou 700 milhões de euros, aplicada sobre a Amazon Europa devido ao sistema de publicidade não consensual da empresa.
O abuso ou comprometimento de dados também podem prejudicar os consumidores. Às vezes geram apenas incômodos, como spam e excesso de anúncios direcionados, mas, em casos como roubo de identidade e fraude financeira, as consequências podem ser muito piores.
Os consumidores conhecem os riscos de informar seus dados e não veem com bons olhos as empresas que compartilham seus dados ou que não conseguem protegê-los contra violações. No Relatório de engajamento do cliente em 2022 da Twilio, os consumidores foram muito claros sobre o que fariam se descobrissem que seus dados estavam sendo mal utilizados:
- 40% dos consumidores afirmam que cortariam a comunicação com uma marca que trai sua confiança em relação à proteção de dados cancelando a assinatura da newsletter.
- 38% afirmam que parariam de comprar dessa empresa.
- 10% afirmam que denunciariam a empresa ou reportariam o caso aos reguladores.
Criar uma estratégia de privacidade preparada para o futuro
A confiança tem um papel muito importante para os consumidores e pode fazer muita diferença na hora de escolherem uma marca. À medida que as organizações buscam maneiras de manter a agilidade nesse cenário de mudanças constantes, a proteção de dados se torna um diferencial de mercado e um requisito importante para permanecer competitivo na economia digital.
Considerando o nível de danos que a negligência da privacidade e da proteção dos dados pode ocasionar, as empresas precisam ter uma estratégia de privacidade que envolva conformidade proativa. Mais do que nunca, os consumidores estão interessados em impor o uso consensual de seus dados, e algumas empresas estão dando o passo ousado de atender a essa demanda mesmo antes que as normas governamentais entrem em vigor.
Uma das maneiras pelas quais as empresas de tecnologia podem desenvolver produtos e se manter a par das regulamentações em constante mudança é utilizar ferramentas com proteção de dados integrada. Uma ferramenta projetada para a privacidade envolve a inserção proativa de pontos de contato de segurança durante todo o ciclo de vida do produto. Dessa forma, os desenvolvedores podem responder rapidamente às mudanças normativas sem interromper processos ou colocar pressão demais sobre as equipes.
Curioso para saber mais sobre privacidade projetada? Confira como a Twilio integra privacidade a todas as soluções e processos para proteger os dados, de modo que as empresas possam conquistar confiança desde o início e manter a vantagem competitiva em meio a leis que mudam rapidamente.